segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Parte histórico-artística


(centro de Paraty; city tour)

A cidade de Paraty, no Estado do Rio de Janeiro, surgiu no século XVII como uma pequena vila ao redor de uma capela dedicada a São Roque, no alto do Morro do Forte.

Com a doação de parte das terras de Maria Jacome para a construção da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios e da futura Vila de Paraty, começou a surgir o centro histórico que conhecemos hoje.

A ocupação da cidade foi marcada por diversas rebeliões para torná-la independente de Angra dos Reis, o que foi conseguido após alguns anos, ao ser fundada, finalmente, a Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty.

Começa, então, uma era de prosperidade em Paraty.

Já que o ouro só podia ser escoado para Portugal pelo Rio de Janeiro, uma antiga trilha indígena, que descia a serra onde estavam Diamantina e Ouro Preto e chegava à Paraty, começou a ser usada. Essa trilha ficou conhecida como Caminho do Ouro.

Com a abertura de outra rota direta para o Rio de Janeiro e devido aos muitos saques que ocorriam no Caminho do Ouro, Paraty entrou em declínio. Muitas pessoas simplesmente abandonaram a cidade.

A cidade se reergueu um pouco com a produção de aguardente, que ficou conhecida até como “parati”.

Muitas das construções são exatamente desta época e, mesmo durante o apogeu econômico, preservaram a sua simplicidade.

Como a cidade servia como entreposto de mercadorias, as casas também tinham áreas para armazená-las.

A organização das casas forma um design xadrez.

Mesmo assim, é curioso que as ruas são tortas, de modo que não se vê o final da mesma se estiver no início.

Tal disposição serve tanto para a proteção da população, em caso de ataque, quanto para melhorar a ventilação e a distribuição das sombras.

Igrejas com tendências do barroco e do rococó estão espalhadas pela cidade, cada uma destinada a uma classe social.

Outra característica da cidade são as influências maçônicas fortes no início do século XVIII. Muitos são os detalhes nas fachadas das casas com simbolismos maçônicos.

Com a popularização do cultivo do café, a cidade serviu como rota de escoamento da produção, o que a ergueu novamente.

Mas a alegria não durou muito.

Logo uma estrada de ferro foi aberta e a cidade estagnou novamente.

Paraty só voltou a se reerguer há cerca de 50 anos, com a ajuda do turismo, incrementado com a abertura da estrada de acesso pelo governo militar.

Em 1958, Paraty foi tombada pelo IPHAN como patrimônio histórico e artístico nacional.

Ironicamente, as estagnações econômicas foram as principais causadoras da conservação da cidade, que mantém todas as características de seu passado colonial e imperial.

Por esse motivo, Paraty é hoje uma das cidades mais procuradas pelo turismo e sedia eventos culturais como a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty).

Hoje podemos andar por suas ruas feitas de “pé-de-moleque” (carros não podem circular no centro histórico) e passear pelas antigas casas transformadas em lojas, restaurantes e museus.

O nível de conservação é impressionante, pois a cidade quase não sofreu alterações desde os tempos da colônia.



O IPHAN

O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) é a entidade governamental, vinculada ao Ministério da Cultura, responsável pela proteção e preservação dos monumentos históricos espalhados pelo Brasil.

Criado no começo da década de 30 com o nome IPM (Inspetoria de Monumentos Nacionais), tinha como principal objetivo impedir que objetos referentes à história da nação se perdessem, sendo levados para outros países ou esquecidos. A primeira iniciativa do órgão foi o tombamento da cidade de Ouro Preto.

Em 1937, o IPM foi sucedido pelo SPHAN (Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), instituído logo após a instalação da ditadura por Getúlio Vargas. Vários artistas colaboraram com a entidade, que depois virou o IPHAN, sendo vinculado ao Ministério da Educação e agora ao Ministério da Cultura.

O órgão é regido pelo Artigo 216 da Constituição brasileira, que define patrimônio cultural. A Constituição também estabelece que cabe ao poder público, com o apoio da população, proteger e conservar o patrimônio histórico e artístico nacional.



EIRA, BEIRA E TRIBEIRA

Popularmente, eira, beira e tribeira (ou sobreira) são

os detalhes nas bordas dos telhados em casas coloniais que conferiam status a quem morava lá.

Pessoas ricas geralmente tinha

m casas que apresentavam diversos detalhes, chamados de tribeira, pessoas com menos dinheiro apresentavam algu

ns detalhes, beiras, e as casas de pessoas com pouco poder aquisitivo apresentavam poucos detalhes, as eiras.

Daí surge a expressão “sem eira nem beira”, significando que a pessoa é muito pobre, não podendo sustentar “dignamente” um

a esposa e muito menos uma família.




BARROCO E ROCOCÓ NO BRASIL

Foi o período artístico e cultural com foco religioso e emocional surgido em Portugal no final do século XVII.

O movimento chegou ao Brasil com os colonizadores e durou até o final do século XVIII.

Enquanto a Europa já estava no Neoclassicismo, o Brasil seguia fielmente o barroco.

Em Minas Gerais era particularmente mais forte e lá se encontravam os grandes nomes do barroco mineiro, como o famosíssimo Aleijadinho.

Já o Rococó, vindo das palavras rocaille e coquille, que significam “rocha” e “concha” respectivamente, é a tendência de incluir detalhes de conchas e vidros como detalhes em construções, especialmente em altares

Surgiu na Europa entre o Barroco e o Neoclassicismo, mas chegou ao Brasil mais tarde, apenas no começo do século XIX.


Um comentário:

Anônimo disse...

muito obrigado por terem postado essa tema. estou fazendo um trabalho sobre esse tema e vai ser de grande utiliação